Evento inédito reuniu importantes líderes e gestores para apresentarem projetos de extrema importância em CCNTs e que podem ser levados para outras cidades do Brasil para melhorar os cuidados
No dia 24 de junho de 2024, o FórumCCNTs reuniu gestores e implementadores de todo o Brasil para discutir programas inovadores de prevenção e cuidado das Condições Crônicas Não Transmissíveis (CCNTs). Sob o tema "Programas de DCNTs com Oportunidade de Escala", o evento focou em compartilhar soluções e estratégias para otimização na Atenção Primária, especialmente voltadas para diabetes, hipertensão, apneia obstrutiva do sono, DPOC, AVC, DCV, entre outras condições crônicas.
Mark Barone, fundador do FórumCCNTs e moderador do evento, destacou: "Nosso objetivo é reunir gestores e implementadores para explorar programas com potencial de escala, que estão transformando o panorama de cuidados com DCNTs em várias regiões do país. Queremos também oferecer orientações técnicas e identificar oportunidades de financiamento para expandir essas iniciativas para novos estados e municípios."
FortaleceRAS
O FortaleceRAS, foi o primeiro projeto apresentado, fruto da colaboração entre o Ministério da Saúde e o HCor, concentra esforços na melhoria do cuidado para Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Durante sua implementação, registrou avanços significativos:
Fruto da colaboração entre o Ministério da Saúde e o HCor, foca na melhoria do cuidado para Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Durante sua implementação, registrou avanços significativos, incluindo aumento na estratificação de risco cardiovascular para 36% na Paraíba e 17,4% no Rio Grande do Norte, além de melhorias no atendimento para HAS e DM2.
Paraíba
Estratificação de Risco Cardiovascular: Início: 0% e após implementação: 36%
Pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica: Ano anterior: 8,9% e ano seguinte: 22,6%
Pessoas com Diabetes: Ano anterior: 10,8% e ano seguinte: 25,1%
Pessoas com ambas as Condições Crônicas
Diabetes: Início: 26,7% e após implementação: 77,9%
Hipertensão: Início: 33,4% e após implementação: 62,6%
Redução de Internações Relacionadas a Essas Linhas de Cuidado: Início: 4,6% e após implementação: aproximadamente 0%
Rio Grande do Norte
Estratificação de Risco Cardiovascular: Início: 0% e após implementação: 17,4%
Pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica: Ano anterior: 13,9% e ano seguinte: 19,5%
Pessoas com Diabetes: Ano anterior: 8,6% e ano seguinte: 13,7%
Pessoas com ambas as Condições Crônicas
Diabetes: Início: 29,3% e após implementação: 57,3%
Hipertensão: Início: 47,9% e após implementação: 48,4%
Redução de Internações Relacionadas a Essas Linhas de Cuidado: Início: 8,5% e após implementação: 2,4%
Liza Uchimura, Médica mestre e doutora em Ciências pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, enfatizou a importância dos cinco passos implementados, desde análises situacionais até monitoramentos contínuos, promovendo integração entre serviços e padronização de protocolos.
Erlon Oliveira, Médico pesquisador do Instituto de Pesquisa HCor; cardiologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e HCor, destacou que o FortaleceRAS diferencia-se por integrar as Redes de Atenção à Saúde (RAS), adotando um modelo de atenção centrado nas necessidades da população e enfatizando condições crônicas como hipertensão e diabetes. O projeto envolveu gestores de diferentes esferas governamentais e profissionais de saúde, oferecendo capacitações presenciais e a distância, além de monitoramento abrangente tanto clínico quanto de gestão. Além de melhorar o acesso aos serviços de saúde, o FortaleceRAS visa reduzir complicações dessas condições e promover a adesão a tratamentos preventivos, visando a replicabilidade em outras regiões do país.
Caso tenha interesse em levar o projeto para a sua região, entre em contato com os autores através dos e-mails: erlon@terra.com.br / luchimura@ext.hcor.com.br
Projeto Pressure
O Projeto Pressure visa implementar a monitorização residencial da pressão arterial para otimizar o tratamento de hipertensão em pessoas acima de 60 anos, especialmente em áreas como Cordeiros, Dom Basílio e Vitória da Conquista, na Bahia. Iniciado pela Universidade Federal da Bahia e Universidade Federal de Minas Gerais em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde locais, o projeto já demonstrou resultados significativos. Segundo Márcio Galvão, Farmacêutico (UFBA), Mestre e Doutor em Medicina e Saúde, "O Pressure busca corrigir o efeito do avental branco, reduzindo a sobretratamento e melhorando o controle da pressão arterial fora do consultório."
O estudo inicial envolveu 139 pessoas com hipertensão, revelando uma diferença média de 10 mmHg na pressão sistólica entre medições residenciais e de consultório, além de uma prevalência de 20% do efeito do avental branco. Em um ensaio clínico posterior com 342 pessoas, incluindo um subprojeto denominado Minor, houve uma redução significativa no número de anti-hipertensivos prescritos após a implementação da monitorização residencial, com uma diminuição de 19% nos medicamentos no grupo intervenção, conforme explica Cristiano Soster, destacando o potencial do projeto na prevenção quaternária e sua escalabilidade para outras regiões.
O projeto também está validando critérios de desprescrição de medicamentos e planeja expandir seu impacto, promovendo melhores práticas de cuidado em saúde pública.
Caso tenha interesse em levar o projeto para a sua região, entre em contato com os autores através do E-mail: mgalvao@ufba.br
Cidade Angels
O Projeto Cidade Angels é uma iniciativa inovadora que visa certificar cidades comprometidas com a jornada da pessoa com AVC, focando na implementação de protocolos integrados e educativos. Implementado em Ribeirão Preto e Sapucaia do Sul, em parceria com instituições como a Boehringer Ingelheim e órgãos municipais de saúde, educação e gestão hospitalar, o projeto busca melhorar significativamente o tratamento e a prevenção do AVC.
Segundo Octávio Pontes, Médico Neurologista pela Universidade de São Paulo e Coordenador da Rede Nacional de Pesquisa em AVC, "O projeto Cidade Angels visa preencher o abismo entre as evidências científicas no cuidado do AVC e sua implementação na saúde pública. Em Ribeirão Preto, pioneira nessa certificação, temos visto um aumento substancial no acesso à terapia de reperfusão, com taxas de reperfusão três a quatro vezes superiores à média nacional."
Kamila Fachola, Enfermeira e especialista em Qualidade em Saúde e Segurança da Pessoa complementa, explicando que "Uma cidade Angels é aquela em que todas as esferas de saúde e educação estão comprometidas desde a prevenção até a reabilitação do AVC. Escolas públicas implementam o programa FAST Heroes para educar crianças sobre os sinais de AVC, enquanto o SAMU e hospitais certificados garantem um transporte rápido e tratamento adequado." O objetivo é expandir essa iniciativa para mais localidades, transformando o atendimento ao AVC em um padrão de excelência acessível a toda a população brasileira.
Caso tenha interesse em levar o projeto para a sua região, entre em contato com os autores através do E-mail: kamila.fachola@boehringer-ingelheim.com ou telefone: (21) 974718373 (Andressa Santos)
Linha de Cuidado VIAS - Visão Integrada de Assistência em Saúde
VIAS (Visão Integrada de Assistência em Saúde) é uma iniciativa implementada pela SAS Brasil em parceria com diversas cidades brasileiras, incluindo Acaraú, Cruz, Itapema, Santo Amaro do Maranhão e Cavalcante. Focado na gestão integrada do diabetes, o VIAS utiliza telemedicina para acompanhar pessoas com diabetes de forma eficiente e acessível.
Segundo Ana Paula Praciano, Secretária de Saúde de Acaraú, "O VIAS tem sido fundamental para reduzir a fila de espera por atendimento endocrinológico e melhorar a qualidade de vida das pessoas diabéticas na nossa cidade. Hoje, mais de 850 pessoas com diabetes são acompanhadas pelo VIAS, o que também contribui para a redução das complicações em diabetes, como retinopatia e amputações."
Juliana Nabarrete, Coordenadora Geral de Projetos em Saúde da SAS Brasil, complementa: "Desde o início do VIAS, acompanhamos 2478 pessoas com diabetes e realizamos o rastreio em 3062 indivíduos para novos casos. Diagnosticados 125 novos casos durante esse período e capacitamos mais de 800 profissionais de saúde. Nosso trabalho envolve consultas presenciais e telemedicina, além de educação contínua tanto para pessoas com diabetes quanto para profissionais de saúde."
Caso tenha interesse em levar o projeto para a sua região, entre em contato com as autoras, acesse: https://www.sasbrasil.org.br/a-sas-brasil/
O uso de Point-of-Care para hemoglobina glicada (HbA1c)
Em Vitória da Conquista, a Universidade Federal da Bahia e a Secretaria Municipal de Saúde implementaram a Linha de Cuidado para Diabetes Tipo 2 com ênfase no uso do Point-of-Care para hemoglobina glicada (HbA1c). Esse projeto revoluciona o atendimento ao permitir testes rápidos e precisos durante a consulta, reduzindo significativamente o tempo de espera e melhorando o controle da condição.
Para o Dr. Pablo Maciel Moreira, Responsável Técnico pela Farmácia da Família II/Farmácia Escola da UFBA "O uso do Point-of-Care de HbA1c é crucial para diagnosticar e monitorar o diabetes com eficiência. Implementamos essa tecnologia em 2019 e desde então observamos melhorias substanciais, como uma redução média de 22 mg/dL na glicemia e uma diminuição de 0,55% na HbA1c das pessoas com diabetes acompanhadas."
Cristiano Soster, assessor técnico do COSEMS da Bahia, destaca a importância estratégica do projeto: "Além de equipamentos, o Point-of-Care define critérios para seu uso e plano de cuidado. Isso não só melhora a qualidade dos serviços, mas também capacita os profissionais de saúde, garantindo resultados eficazes e custo-benefício positivo."
A iniciativa não só fortalece a atenção primária, mas também serve como modelo para enfrentar desafios em saúde pública, especialmente em áreas rurais e remotas, onde o acesso a diagnósticos precisos é fundamental.
Caso tenha interesse em levar o projeto para a sua região, entre em contato com os autores através do e-mail: pablomaciel.farmacia@gmail.com
Cuidado para Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) e Ventilação Mecânica Domiciliar (VMD)
Linhas de Cuidado para Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) e Ventilação Mecânica Domiciliar (VMD) na Atenção Primária à Saúde é uma iniciativa transformadora implementada nos municípios de Araguari (MG) e São Paulo (SP), coordenada pelas Secretarias Municipais de Saúde e apoiada pela ResMed.
Pollyana Machado, Técnica de Referência do Ambulatório do Sono de Araguari, destaca o impacto inicial do projeto: "Nosso objetivo foi criar uma linha de cuidado para a apneia do sono, uma condição subdiagnosticada e negligenciada. Com treinamentos intensivos, conseguimos eliminar uma fila de espera de 12 anos, diagnosticando mais de 636 pessoas e tratando 450 com uma taxa de adesão de 90%. Isso foi possível graças à parceria com a ResMed, que viabilizou o uso de tecnologia como o Biologics para diagnósticos remotos."
Karina Mauro Dib, Diretora da Divisão de Condições/Doenças Crônicas na Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP), compartilha os objetivos do projeto piloto em São Paulo: "Estamos iniciando um método simplificado de diagnóstico utilizando poligrafia tipo 3 e 4, focado em uma população de 700.000 habitantes. Nosso objetivo é melhorar o acesso ao diagnóstico precoce e avaliar a adesão ao tratamento, desenvolvendo um protocolo de cuidado completo para pessoas com apneia do sono."
Douglas Silva, Líder da área de Acesso ao Mercado e Relações Governamentais na ResMed para Latam, enfatiza a importância do projeto na redução das disparidades de cuidado: "A apneia do sono é uma condição prevalente associada a diversas comorbidades, mas enfrenta grandes desafios de acesso ao diagnóstico e tratamento no Brasil. Nosso papel é apoiar iniciativas como essas, oferecendo conhecimento e tecnologia para melhorar a saúde pública."
Com essas iniciativas integradas, o projeto visa não apenas melhorar a qualidade de vida das pessoas com apneia do sono, mas também estabelecer padrões de cuidado que possam ser replicados e expandidos para outras regiões do país, enfrentando as lacunas existentes na atenção às condições crônicas não transmissíveis.
Caso tenha interesse em levar o projeto para a sua região, entre em contato com os autores através do e-mail: douglas.silva@resmed.com
Tele-espirometria para Condições Respiratórias Crônicas na Atenção Primária à Saúde
A iniciativa de Tele-espirometria para Condições Respiratórias Crônicas na Atenção Primária à Saúde, implementado em 147 municípios do Brasil pelo Ministério da Saúde e pelo Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas da UFMG/EBSERH, revoluciona o diagnóstico e manejo de condições como DPOC e Asma.
Eliane Viana Mancuzo, Coordenadora do Ambulatório de Condições/Doenças Pulmonares Intersticiais e do Laboratório de Função Pulmonar do HC-UFMG explica: "Nosso programa visa resolver o atraso no diagnóstico e manejo inadequado de condições respiratórias crônicas. Iniciamos com pouco mais de 200 exames e hoje realizamos cerca de 1.500 por mês, totalizando 23.000 espirometrias desde o início. Destes, 42% apresentaram resultados normais, enquanto 48% revelaram anormalidades, sendo 31% com obstrução ao fluxo aéreo."
O projeto não apenas aumentou o acesso ao exame, essencial para avaliação da função pulmonar, mas também reduziu filas de espera de mais de 3 anos em alguns locais. Com resultados disponibilizados em menos de 24 horas, o programa oferece suporte especializado tanto aos técnicos quanto aos médicos da atenção primária, melhorando significativamente a eficiência do sistema de saúde.
ABRAÇAR + Rastreamento de DPOC 60+
O projeto ABRAÇAR+ Rastreamento de DPOC 60+ em Presidente Prudente é uma iniciativa conjunta da Boehringer Ingelheim com a SMS local, focada na melhoria do diagnóstico e manejo da Condição/Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Segundo Ricardo Beneti, Presidente Regional Noroeste da SBPT e Médico Pneumologista a DPOC é uma condição subdiagnosticada, afetando especialmente os idosos e sendo uma das principais causas de internações e mortalidade em São Paulo.
"Nossa estratégia visa identificar precocemente pessoas de alto risco para DPOC grave, concentrando esforços na atenção primária", explica Beneti. Desde o início, o programa já realizou um mutirão que resultou na identificação de aproximadamente 600 pessoas com indicação para espirometria, revelando taxas de alterações significativas em 20% dos casos.
Marcel Hoshino gerente de produtos na Boehringer complementa: "O Projeto Abraçar+ expande nosso compromisso não apenas com o diagnóstico precoce, mas também com a jornada completa da pessoa com DPOC. Além das espirometrias, capacitamos equipes para oferecer suporte multidisciplinar e educacional, garantindo adesão ao tratamento e reduzindo hospitalizações."
Com resultados promissores em Presidente Prudente, o projeto demonstra potencial para ser replicado em outras regiões, apoiando o combate à DPOC e melhorando a qualidade de vida das pessoas através de uma abordagem integrada na atenção primária à saúde.
Caso tenha interesse em levar o projeto para a sua região, entre em contato através do formulário: https://forms.office.com/Pages/ResponsePage.aspx?id=hq_44ZXuGEe9DTdbNzZsgzrDQKduSZlDh-Z2ci6XhTVUM1lUUklMMzZKQjFMU1FKT1pCS0NIOUhOOC4u
Desde a implementação de programas inovadores como a Medição Residencial da Pressão Arterial para Desprescrição Medicamentosa até iniciativas como o FortaleceRAS, Cidade Angels, Linha de Cuidado VIAS e muitas outras, ficou claro o potencial de replicabilidade e impacto dessas abordagens. As apresentações detalhadas, acompanhadas de insights sobre oportunidades de escala e financiamento, destacaram não apenas os desafios superados, mas também os resultados tangíveis alcançados em várias regiões.
Se você perdeu alguma parte do evento ou deseja revisar as apresentações, o vídeo completo está disponível, clique aqui. Continuemos juntos, trabalhando para um futuro mais saudável e resiliente para todos.
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