Na última sexta-feira (21/5) o FórumDCNTs realizou o webinar "Doença Cardiovascular: Soluções para este Desafio Multifatorial". O evento teve por objetivo identificar fatores de risco mais prevalentes ou minimizados no Brasil, e estratégias para combatê-los e engajar os setores público, privado e terceiro setor para o enfrentamento à DCNT que mais provoca mortes no país, a doença cardiovascular (confira a agenda completa aqui). Participaram do evento líderes da Secretaria Estadual da Saúde de SP, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), do Ministério da Saúde, da Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar (AHF) e da empresa Novartis.
O evento foi aberto pelo fundador e coordenador geral do FórumDCNTs, Dr. Mark Barone, com uma contextualização e atualização sobre o tema. Dentre os pontos por ele destacado estiveram o fato de as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) serem responsáveis por quase 76% das mortes no país e, desse total, a doença cardiovascular (DCV) é responsável por quase 30% delas. Ainda destacou que a hipertensão arterial é o fator de risco que mais leva pessoas a óbito no Brasil, sendo acompanhada por obesidade, diabetes e colesterol alto. Mencionou, ainda, o potencial da Atenção Primária no enfrentamento das DCV, usando como exemplo os programas HealthRise, Cuidando de Todos e HEARTS. Este último, em fase de planejamento para implementação no Brasil pelo Ministério da Saúde, em colaboração com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
Dando continuidade ao webinar, o Dr. José Francisco Saraiva (SBC) trouxe o panorama atual da DCV e as tendências no Brasil. Mostrou que houve diminuição das mortes por DCV nas últimas décadas no Brasil e que isso se deu porque o gerenciamento dessa condição melhorou muito. Porém, alertou sobre os riscos de fatores que podem reverter esses ganhos, como o grande crescimento da obesidade na população, chegando a quase 70% entre 2006 a 2018. Chamou a atenção, ainda, para um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, mostrando que na pandemia as mortes por doenças cardíacas aumentaram 50%, por questões como: a própria COVID-19, a pessoa com DCNT não continua o seu tratamento e não busca os hospitais em caso de emergências, e o SUS, por estar sobrecarregado, não oferece a assistência necessária.
Rafael Dall Alba (OPAS/OMS), por sua vez, destacou que o pacote HEARTS nas Américas busca adotar práticas universais para gerenciar melhor o diabetes e a DCV, com ênfase na atenção primaria. A recente parceria do Ministério da Saúde com a OPAS é de suma importância para formular um projeto onde sejam discutidos protocolos e estratégias com a sociedade cientifica, para que se possa melhorar o gerenciamento e prevenção das DCVs. Devido a grandeza do Brasil, serão feitos protocolos que se adaptem aos diversos territórios e será recomendado que sejam utilizados equipamentos digitais para aferição da pressão arterial.
Dr. José Henrique Germann (ex-Secretário da Saúde do Estado da SP) destacou, especialmente, que a otimização dos cuidados de DCV no SUS depende da integração de redes de atendimento. Segundo ele, é fundamental um órgão central de planejamento, como o CDC nos Estados Unidos, para o alinhamento otimizado dos níveis de atenção e das ações de saúde em todo o país. Dr. Germann destacou que as ferramentas de saúde digital continuarão ocupando papel central no pós-pandemia e, por isso, devem ser adequadamente integradas.
Expuseram também a Sra. Patrícia de Luca (AHF) e a Sra. Jaqueline Misael (SAPS/MS). A Sra. de Luca compartilhou sua experiência pessoal e relatou de dificuldades para diagnóstico e tratamento oportunos de dislipidemia, hipertensão e DCV no SUS. Enfatizou, ainda, que acolhimento é o que engaja as pessoas em seus autocuidados, portanto a Atenção Primária à Saúde tem papel central para melhoria dos cuidados dessas populações. A Sra. Misael compartilhou detalhes sobre o status do programa HEARTS dentro do Ministério da Saúde e deixou claro as pessoas são vistas no SUS em sua totalidade. Portanto, mesmo o programa HEARTS se dedicando a hipertensão e diabetes, outros aspectos da saúde continuarão recebendo a devida atenção. Destacou, ainda, que programas para cuidados dos demais fatores de risco apresentados, como obesidade e colesterol alto, estão sendo expandidos e aperfeiçoados.
Complementando as colocações acima, o Sr. Eduardo Rainer (Novartis) destacou que a empresa tem clareza sobre seu papel como parceira nos avanços para melhoria da saúde pública e não como uma mera fornecedora. Nesse sentido, ofereceu o expertise da Novartis para programas de capacitação profissional na Atenção Primária, alertando que ainda não existe a tão importante linha de cuidado da pessoa com dislipidemia ou colesterol alto. Para finalizar a Sr. Jaqueline Misael mencionou que monitoramento de colesterol na Atenção Primária está previsto nos protocolos de acompanhamento de adultos, em especial daqueles com outros fatores de risco, e compartilhou alguns dados bastante importantes, incluindo: 55% dos adultos relatam terem uma ou mais DCNT, 80% dos fatores de risco podem ser prevenidos e menos de 35% de quem tem hipertensão segue o tratamento.
Foi ressaltado a importância de envolver mais a pessoa com DCV, humanizar o atendimento e acolher desde o momento em que a pessoa procura uma UBS. Promover educação, não só para a pessoa que convive com a condição, mas também para os profissionais de saúde. Dr. José Saraiva (SBS) destacou a importância de gerar vínculo, pois só assim as pessoas têm mais adesão ao seu tratamento.
Foi ressaltado a importância de envolver mais a pessoa com DCV, humanizar o atendimento e acolher desde o momento em que a pessoa procura uma UBS. Promover educação, não só para a pessoa que convive com a condição, mas também para seus familiares e os profissionais de saúde. Dr. José Saraiva (SBS) destacou a importância de gerar vínculo, pois só assim as pessoas aderem ao seu tratamento.
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