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Podcast do FórumDCNTs sobre Políticas de Prevenção e Tratamento do Câncer de Colo de Útero com OPAS

Ouça o Podcast aqui.


Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de colo de útero deve afetar quase 17 mil mulheres apenas em 2020. Esse é o terceiro tipo entre as neoplasias que mais afetam pessoas do sexo feminino no país, o que demanda uma atenção especial de instituições de saúde nacional e internacional.


No 7º Encontro do FórumDCNTs, o Sr. Rafael Dall’Alba (OPAS) comentou sobre a construção da rede nacional de prevenção, rastreio e tratamento do câncer de colo de útero. "Representada pela estratégia de saúde da família, a atenção primária possui uma característica multiprofissional fundamental para enfrentar os desafios da prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de colo de útero e outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs)", explica o Sr. Dall'Alba.


No Brasil existem alguns exemplos de enfrentamento dessa neoplasia como, por exemplo, no Estado de Pernambuco. Em parceria com a OPAS, a Secretaria Estadual de Saúde desenvolve um programa de formação de profissionais de saúde, com foco na linha de cuidados do câncer de colo de útero. O desafio é criar tecnologias, especialmente para as ações de vacinação do HPV.


"Esse projeto visa fortalecer não só o ramo das tecnologias convencionais mas, também, fortalecer as tecnologias leves que são os processos de trabalho e fortalecimento da rede de atenção à saúde, desde a atenção primária em saúde até o nível hospitalar. Esse projeto formou uma rede de atores estratégicos, como a Agência Nacional de Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e experiências nacionais como o hospital de Barretos e valorização das experiências do território de Pernambuco em imunização", completou o Sr. Dall'Alba.


Outubro rosa.
Outubro rosa.

O debate para a criação da campanha nacional de prevenção, rastreio e tratamento de câncer de colo de útero, precisa estar alinhado as politicas de saúde pública, dentre elas o plano de ações estratégicas para o enfrentamento das DCNTs de 2011 a 2022. Que conforme alerta o especialista, tem como desafio, no que diz respeito ao câncer, a necessidade de incorporar a linha de cuidados de novas tecnologias disponíveis para os testes de HPV que possuem, segundo ele, custo-efetividade para implementação.


No âmbito da América Latina, segundo o consultor da OPAS, o Brasil possui um excelente programa nacional para imunização do HPV, a vacina é segura, eficaz e gratuita no sistema único de saúde (SUS), sendo voltada para crianças a partir dos nove anos.


Em relação a outros países da região, há alguns aprendizados que podem ser aproveitados no contexto brasileiro. "Temos que avançar muito na área de rastreamento e seguir bons exemplos como a Argentina que possui experiências como auto coleta, que é uma ótima estratégia para as AMAS de nível assistencial."


Pesquisador sobre os determinantes sociais da saúde no tema do câncer de colo de útero,o Sr. Dall'Alba ainda chama a atenção para as desigualdades sociais econômicas do país e como elas se refletem na incidência da doença.


"Apesar do contágio ser democrático, a mortalidade por essa doença é focada na população pobre, negra e marginalizada. Por isso é difícil encontrarmos essa pauta tanto nas agendas de governo ou como pautas em associações, ONGs e organizações da sociedade civil. Combater o câncer de colo de útero, é uma ação de equidade e de justiça social", explica o Sr. Dall'Alba.


Fomentar espaços de debates intersetoriais, com órgãos internacionais como a OPAS, é fundamental para o fortalecimento do SUS e das políticas de saúde em nosso país.


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