Acurácia e avaliação econômica de diferentes testes de triagem e suas combinações para DPOC não diagnosticada entre pessoas com hipertensão no Brasil.
No Brasil, a prevalência de DPOC diagnosticada em adultos com 40 anos ou mais é estimada em 15,8%, embora mais de 70% dos casos permaneçam sem diagnóstico. A hipertensão é comum e acompanhada de usuários cadastrados na Atenção Primária à Saúde (APS), o cenário ideal para rastreio da DPOC não diagnosticada, mas clinicamente significativa. Indivíduos com fatores de risco podem ser submetidos a testes de rastreio combinados (pico de fluxo/questionário de sintomas) se beneficiando de tratamentos adequados e da modificação de fatores de risco, como tabagismo, levando a melhores resultados de saúde e a potencial economia de recursos, sendo frequentemente a coexistência entre as duas doenças devido a causas comuns.
O objetivo do projeto é identificar o teste de triagem ideal ou combinações de testes para DPOC não diagnosticada entre pessoas com hipertensão da APS no Brasil. Através do Estudo transversal de acurácia dos testes de triagem feito em parceria com 9 Unidades Básicas de Saúde do país nas pessoas diagnosticadas com hipertensão, de idade ≥ 40 anos completando testes índice (questionários de triagem [CDQ, CAPTURE, questionário baseado em sintomas (SBQ), COPD-SQ], microespirômetro [COPD-6] e pico de fluxo [Mini Wright]) e o teste de referência (ndd Easy On-PC espirômetro com revisão clínica) os casos definidos como aqueles abaixo do limite inferior do normal na espirometria diagnóstica de qualidade, com DPOC confirmada na revisão clínica foram avaliados com a precisão e a relação custo-eficácia dos testes de triagem individuais e suas combinações, de acordo com o teste de referência.
Foram recrutados 1.162 participantes com hipertensão arterial sistêmica atendidos na APS de idade média de 62,3 anos, 67,5% do sexo feminino e 49,0% nunca fumantes. Cerca de 6,8% dos participantes tinham DPOC clinicamente confirmada. Dispositivos de medição de fluxo de ar tiveram menor sensibilidade, mas, de maior especificidade do que questionários. No geral, o pico de fluxo foi o dispositivo de medição de fluxo de ar mais preciso nos pontos de corte recomendados e o SBQ o questionário mais preciso, os dois juntos representaram a combinação mais segura, quando ambos os testes deveriam ser positivos. A combinação de COPD-SQ e microespirometria foi a mais cara no geral, em £ 2.322 (R$7.628) por 1.000 pacientes e com um ICER de £ 272 (R$893,00) por caso detectado na próxima melhor opção, mas identificou o maior número de casos (29,9) por 1000 pacientes. O SBQ positivo e pico de fluxo foi mais barato (£ 1.690 (R$5.554), com 22,9 casos detectados por 1.000 pacientes.
Portanto, o uso de testes de triagem simples, foi viável no cenário da atenção primária brasileira. A combinação de SBQ e pico de fluxo se mostrou mais eficiente, considerando precisão, custo e facilidade de uso. A escolha dos testes de triagem depende do cenário clínico e da disponibilidade de recursos. A identificação dos indivíduos com DPOC não diagnosticada anteriormente permitiu que eles fossem encaminhados para uma nova via de atendimento. A otimização dos pontos de corte de testes individuais para uso na população-alvo pode melhorar a precisão das combinações de testes. O projeto contempla o objetivo 3 das ODSs, pois visa assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar das pessoas em risco para o desenvolvimento da DPOC e daquelas que já se encontram com a condição estabelecida.
Membros da equipe que lideram o projeto:
Dra. Sônia Maria Martins - Equipe Medicina de Família, Faculdade de Medicina do ABC
Grupo Respire Bem
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