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Ministério da Saúde aprova novas diretrizes nacionais para o rastreamento do Câncer do Colo do Útero

  • Foto do escritor: FórumDCNTs
    FórumDCNTs
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

O Ministério da Saúde publicou, em 29 de julho, a Portaria Conjunta SAES/SECTICS nº 13/2025, que aprova as Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer de Colo do Útero: Parte I – Rastreamento organizado utilizando testes moleculares para detecção de DNA-HPV oncogênico.


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A atualização representa um marco na política de prevenção e manejo do câncer do colo do útero no Brasil. Pela primeira vez, diretrizes nacionais incorporam o uso de testes moleculares de DNA-HPV oncogênico como método de rastreamento, substituindo protocolos vigentes desde 2016 e alinhando o país às melhores práticas internacionais recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).


Relevância epidemiológica


O câncer do colo do útero é o terceiro tipo mais frequente entre mulheres no Brasil, com milhares de novos casos diagnosticados anualmente, e está fortemente associado à infecção persistente por tipos oncogênicos do papilomavírus humano (HPV). Embora prevenível e tratável quando detectado precocemente, ainda constitui um desafio para o SUS devido às desigualdades regionais de acesso ao rastreamento e ao tratamento oportuno.


Com a adoção dos testes moleculares, espera-se aumentar a sensibilidade do rastreamento, reduzir resultados falso-negativos e ampliar a efetividade das ações preventivas. Além disso, o novo modelo fortalece a perspectiva de rastreio organizado, com fluxos claros e monitoramento sistemático, substituindo práticas fragmentadas que dificultavam a cobertura homogênea da população-alvo.


Convergência com o posicionamento do FórumCCNTs


Em dezembro de 2024, durante a Consulta Pública nº 75/24 da CONITEC, o FórumCCNTs posicionou-se favoravelmente à atualização das diretrizes, destacando a importância estratégica da incorporação dos testes moleculares no SUS. O posicionamento do FórumCCNTs esteve alinhado à recomendação preliminar da CONITEC e reforçou o compromisso da rede com a promoção de políticas baseadas em evidências científicas e voltadas à equidade.


A publicação oficial da Portaria confirma essa trajetória e materializa o consenso técnico-científico construído nos últimos anos. Para o FórumCCNTs, a medida fortalece a capacidade do SUS em avançar na prevenção de um câncer evitável, mas ainda responsável por elevado número de óbitos, sobretudo em populações mais vulneráveis.


Orientações para gestores e profissionais


A implementação das diretrizes exigirá esforços coordenados entre União, estados e municípios. As Secretarias de Saúde deverão estruturar redes assistenciais, designar serviços de referência, capacitar equipes e estabelecer fluxos regulatórios em todas as etapas do cuidado, desde o rastreamento até o tratamento.


Nesse processo, será fundamental o uso racional de recursos, a padronização de práticas clínicas e a adesão a protocolos atualizados. O sucesso da política dependerá da capacidade dos gestores em integrar tecnologias inovadoras a sistemas de informação robustos e a estratégias de comunicação com a população, garantindo cobertura efetiva e adesão ao rastreamento.


Materiais de apoio à implementação


Diversos materiais técnicos já estão disponíveis para apoiar a elaboração de planos de ação estaduais e municipais. Entre eles:


  • Telessaúde Pernambuco – conteúdos técnicos sobre a implementação do rastreamento com teste de HPV, citologia em meio líquido e capacitação de profissionais. Acesse aqui



Essas referências, fruto de experiências concretas de implementação em territórios, podem servir como base para outras regiões estruturarem suas próprias estratégias, otimizando recursos e acelerando a incorporação do novo modelo de rastreamento.


Avanço para o SUS


A adoção das novas diretrizes reforça o compromisso do Brasil com a meta global da OMS de eliminar o câncer do colo do útero como problema de saúde pública até 2030. Trata-se de um passo estratégico que integra inovação tecnológica, equidade e sustentabilidade do sistema.


O FórumCCNTs reafirma o apoio à implementação integral das diretrizes e incentiva gestores, profissionais de saúde e parceiros institucionais a utilizarem os materiais disponíveis, promover capacitações e consolidarem redes assistenciais resolutivas.


Ao alinhar ciência, política pública e prática assistencial, o país avança em direção a um futuro em que o câncer do colo do útero deixe de ser uma ameaça à saúde de milhares de mulheres.

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