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OMS lança estrutura global de monitoramento das CCNTs com ênfase em 22 indicadores centrais

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    FórumDCNTs
  • 4 de ago.
  • 3 min de leitura

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acaba de lançar uma nova publicação técnica que propõe um sistema global padronizado para o monitoramento das Condições Crônicas Não Transmissíveis (CCNTs) nos serviços de saúde. A ferramenta busca apoiar os países no fortalecimento da atenção primária e no avanço rumo à meta 3.4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que prevê a redução em um terço da mortalidade prematura por CCNTs até 2030.


Imagem: Freepik
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O conjunto proposto é composto por 81 indicadores validados, desenvolvidos a partir de revisão sistemática da literatura e ampla consulta a especialistas internacionais. Desses, 22 são considerados indicadores centrais, ou seja, essenciais para o monitoramento da qualidade e cobertura do cuidado, mesmo em sistemas de saúde com recursos limitados. Os demais 59 indicadores são opcionais e oferecem informações complementares importantes para países e regiões com maior capacidade instalada.


Os 22 indicadores centrais


Os indicadores centrais foram selecionados com base em sua relevância, viabilidade de coleta e capacidade de representar os três eixos do modelo de Donabedian: estrutura, processo e resultado. Eles estão organizados por grupos de condições de saúde prioritárias, incluindo hipertensão, diabetes, condições respiratórias crônicas, cânceres e indicadores transversais.


Hipertensão e condições cardiovasculares (4 indicadores centrais)

  • Disponibilidade de medicamentos essenciais para hipertensão

  • Disponibilidade de medicamentos essenciais para condições cardiovasculares

  • Presença de equipamento funcional para medição da pressão arterial

  • Proporção de pessoas com hipertensão com controle adequado da pressão arterial


Diabetes mellitus (4 indicadores centrais)

  • Disponibilidade de medicamentos essenciais para diabetes

  • Disponibilidade de testes laboratoriais de glicemia e hemoglobina glicada (HbA1c)

  • Proporção de pessoas com diabetes com controle glicêmico adequado


Condições respiratórias crônicas – asma e DPOC (4 indicadores centrais)

  • Disponibilidade de medicamentos essenciais para asma

  • Disponibilidade de medicamentos essenciais para DPOC

  • Proporção de pessoas com asma com controle clínico

  • Proporção de pessoas com DPOC com controle clínico


Câncer de mama (2 indicadores centrais)

  • Avaliação clínica de mama para mulheres de 30 a 49 anos com sinais e/ou sintomas

  • Encaminhamento oportuno para diagnóstico entre essas mulheres com achados suspeitos


 Câncer do colo do útero (4 indicadores centrais)

  • Disponibilidade de teste de HPV

  • Proporção de mulheres de 30 a 49 anos rastreadas com teste de alto desempenho

  • Positividade dos testes entre mulheres rastreadas

  • Encaminhamento oportuno para diagnóstico entre mulheres com achados suspeitos


Cânceres infantis e gerais (4 indicadores centrais)

  • Avaliação clínica precoce de crianças com sinais/sintomas de câncer

  • Encaminhamento oportuno dessas crianças para diagnóstico

  • Avaliação clínica precoce de adultos com sinais/sintomas de câncer

  • Encaminhamento oportuno desses adultos para diagnóstico


Os 22 indicadores centrais têm como principal objetivo garantir um núcleo mínimo de monitoramento aplicável a todos os contextos, servindo como ponto de partida para a organização e qualificação dos serviços de atenção às CCNTs.


Indicadores opcionais: ampliando a compreensão do cuidado


Além dos indicadores centrais, a OMS recomenda outros 59 indicadores opcionais, que aprofundam a análise sobre:


  • Complicações evitáveis (como amputações, cegueira e insuficiência renal)

  • Rastreamento e seguimento de casos

  • Tratamentos farmacológicos coadjuvantes

  • Tempos entre diagnóstico e início do tratamento

  • Abandono do cuidado, completude de registros e supervisões


Esses dados adicionais são especialmente úteis em contextos com maior capacidade de registro, informatização e uso de prontuários clínicos estruturados.


O modelo de monitoramento proposto pela OMS foi desenhado para ser incorporado diretamente na rotina dos serviços de saúde. A coleta pode ser feita por meio de sistemas digitais ou formulários impressos, com potencial de integração a plataformas nacionais como o DHIS-2 ou prontuários eletrônicos. O sistema permite análise contínua de dados, melhorando a capacidade de resposta local e nacional às CCNTs.


Além disso, o conjunto de indicadores é modular e atualizável: poderá incorporar futuramente novos grupos de condições, indicadores financeiros e até medidas de desfechos relatadas pelas próprias pessoas que vivem com CCNTs.


A publicação está disponível gratuitamente no site da OMS e representa um passo importante para os países que desejam fortalecer seus sistemas de informação em saúde, com foco em qualidade, equidade e efetividade no enfrentamento das CCNTs.


Fonte: OMS

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