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Asma: Unir esforços para melhorar cuidados! - Cobertura do Evento 19/05

Evento Interativo do FórumDCNTs debate sobre as barreiras e dificuldades no avanço em diagnóstico e tratamento da asma, políticas e programas de saúde para avançar no enfrentamento e o engajamento de diferentes setores e stakeholders no Brasil


O FórumDCNTs realizou na última sexta-feira, dia 19 de maio, o Evento Interativo “Asma: Unir esforços para melhorar cuidados!”, mediado pela Coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa Respiratória na Atenção Primária à Saúde (GEPRAPS), Dra. Sônia Martins. O encontro de especialistas aconteceu no mês mundial da asma, que desde 1998 tem a primeira terça-feira de maio como dia oficial, portanto em 2023 esse marco aconteceu no dia 2 de maio. O debate também enfatizou o alarmante número de que seis pessoas morrem por dia no Brasil, devido à complicações da asma. (Confira todos os vídeos do Evento aqui).

Dra. Sônia Martins, Coordenadora do GEPRAPS

A Dra. Sônia Martins abriu o evento interativo com as boas-vindas aos painelistas e aos espectadores, e externou situações que envolvem a condição respiratória crônica não transmissível (CCNT). Em seguida o Dr. Rafael Miranda, Gerente Médico Sênior na AstraZeneca, destacou as atualizações recentes no tratamento da asma e pelo fato de ela por ser negligenciada pelas pessoas quanto à sua atenção.

Dra. Angela Honda, Líder de Programas Educacionais da Fundação ProAR

Na sequência, a Dra. Angela Honda, Líder de Programas Educacionais da Fundação ProAR, enfatizou a asma como uma condição comum e trouxe provocações pelo grande número de sub-diagnósticos, principalmente por não reconhecer a asma como uma CCNT, mas sim pelo nome de “bronquite”. Segundo dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), do Ministério da Saúde, seis pessoas morrem por dia no Brasil por complicações da asma, mas no atestado de óbito não aparece o “CID J45” para identificar a condição. A Dra. Angela ainda ressaltou que há tratamento disponível no SUS, mas tanto as pessoas com asma, quanto os profissionais de saúde, precisam da informação adequada para o seu tratamento com qualidade, já que a asma não tem cura, mesmo que os sintomas possam ser aliviados com o passar dos anos.


Na primeira apresentação do evento, a Dra. Sandra Marques, Coordenadora e Consultora de Projetos Científicos da Associação Crônicos do Dia a Dia (CDD) e Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME), comentou sobre a importância de monitorar fatores de risco para doenças respiratórias e implementar leis regulatórias, e destacou que para evitar o crescimento epidêmico das doenças é preciso tomar algumas medidas pelo lado econômico e reconhecer as doenças respiratórias crônicas na população. O meio e a forma como as pessoas vivem afetam sua saúde, em todas as fases da vida, portanto a elaboração e fortalecimento de políticas públicas, abordagens intersetoriais, assim como os protocolos existentes, citados pela Dra. Angela Honda, têm suma importância nesse enfrentamento à asma para a população.

Dra. Sandra Marques, Coordenadora e Consultora de Projetos Científicos da CDD / AME

Para a Dra. Sandra, a mudança do modelo assistencial é fundamental, sempre baseada em evidência e na mobilização da sociedade, bem como a inovação da gestão. A falta de indicadores, porém, faz com que a saúde não seja planejada como um todo, portanto coletar e divulgar dados podem ditar o ritmo e cria a possibilidade de abordar a condição de forma melhorada.


E os dados são alarmantes. O Dr. Eduardo Macário, representante da equipe de apoio institucional e participativo do Ministério da Saúde para Santa Catarina, destacou ações e recomendações para aumentar o diagnóstico e melhorar cuidados da asma e outras condições respiratórias, com ênfase nos números divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao apontar que 23 em cada 100 pessoas apresentaram sintomas de asma ao longo de 2022.

Dr. Eduardo Macário, representante da equipe de apoio institucional e participativo do Ministério da Saúde para Santa Catarina

Com 23% da população brasileira apresentando sintomas de asma, o Dr. Eduardo enfatizou que o Sistema Único de Saúde (SUS) poderia estar mais preparado para atender prontamente esse agravo, bem como reconhecer os sintomas e agir em momentos de crise. Ainda ressaltou que a asma carece do diagnóstico correto, já no primeiro atendimento, e do fluxo de atendimento adequado, para motivar que a maior parte das pessoas com asma possam ser atendidas, e a telemedicina é uma grande aliada da saúde para com a população.

Sr. Alessandro Chagas, Assessor técnico do CONASEMS)

O próximo especialista foi o Sr. Alessandro Chagas, Assessor técnico do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), responsável por comentar as principais dificuldades para o diagnóstico e acompanhamento da asma e outras doenças respiratórias crônicas no setor público. Como destaque inicial, o Sr. Alessandro defendeu a ampliação na Estratégia Saúde da Família (ESF), que tem como objetivo reorganizar a atenção básica no Brasil. Também foi ressaltada a necessidade de aumentar a sensibilidade do diagnóstico e tratar a asma como uma doença crônica, além de alavancar o movimento educacional de qualificação dos profissionais da saúde.


Por fim, a Sra. Karina Mauro Dib, Diretora da Divisão de Doenças Crônicas na Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, destacou o trabalho da ESF no SUS, e ressaltou que atualmente são 470 Unidades Básicas de Saúde (UBS) na cidade de São Paulo, e há UBS com aproximadamente 30 mil habitantes em uma única unidade.

Sra. Karina Mauro Dib, Diretora da Divisão de Doenças Crônicas que representa a Área de Cuidado às DCNTs e Área Técnica do Programa Melhor em Casa na Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo

O Plano Municipal de Saúde de São Paulo, baseada na Agenda 2030, tem como foco diminuir a mortalidade precoce, e para isso passa por ações de gestão como os indicadores de monitoramento para diminuir a mortalidade por DCNTs, e na parte estrutural há as mudanças no processo de linhas de cuidados para serem acessíveis a todos os profissionais, bem como os projetos em conjunto pelo trabalho de intersetorialidade.


Debate – Como podemos nos comprometer com ações intersetoriais para acelerar a otimização de diagnósticos e tratamento da asma no Brasil?


Dr. Rafael Miranda, Gerente Médico Sênior na AstraZeneca

Para iniciar o debate, que teve como tema o comprometimento de todas as partes com ações intersetoriais para acelerar a otimização de diagnósticos e tratamento da asma no Brasil, o Dr. Rafael Miranda enfatizou que o principal ponto para acelerar e otimizar o diagnóstico e tratamento da asma é a educação continuada, seja para profissionais de saúde, seja para as pessoas que precisam desse atendimento, assim como os mecanismos para adesão das pessoas com asma. Assim como a saúde pública precisa atender a população, a pessoa que utiliza esse serviço também precisa reconhecer sua condição e entender todos os procedimentos para que possa ser atendido com qualidade e efetividade, além de desmistificar o uso do dispositivo inalatório, essencial para o acompanhamento médico.


A Dra. Sônia Martins complementa que o atendimento mais abrangente demanda tempo, e essa necessidade esbarra nas necessidades do sistema de saúde, que precisa otimizar esse número para entregar cuidados de qualidade. Corroborando a essa fala, o Sr. Alessandro Chagas reforçou a importância do atendimento ser mais humanizado, principalmente na Atenção Primária à Saúde (APS), sendo este o fator fundamental para que a pessoa com a condição respiratória esteja no centro das atenções, e o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) pode auxiliar. Ainda complementou que o Brasil tem apenas 2% de servidores públicos entre os países da OCDE, sendo que a média é de 22,5%.


Em complemento, o Dr. Eduardo Macário deu destaque para a telemedicina e seus benefícios a fim de atender a alta demanda que o Brasil tem para com a asma. Para ele existe um arsenal terapêutico de terapias disponíveis, mas a saúde digital aparece com força, porque a APS precisa atender de forma ampla, bem como os investimentos na rede de atenção e o acompanhamento integral da pessoa com a condição para que seja parte do processo. A Dra. Sandra Marques corrobora com a atenção para a pessoa com a CCNT para que exista a comunicação em saúde a fim de que tanto a condição quanto o indivíduo, no singular, tenham a atenção adequada no atendimento.


O Dr. Eduardo ainda frisou mais uma vez: asma é uma doença crônica, e com tratamentos disponíveis na APS. Apenas 5% dos casos de asma são considerados graves, sendo necessário o acompanhamento através da Atenção Especializada. A importância de observar a pessoa para saber se tem as condições necessárias na adesão ao tratamento é essencial e para ampliar esse escopo é necessário ter a telemedicina em pleno funcionamento.

Já a Sra. Karina Mauro Dib fomentou a necessidade de cada vez mais parcerias intersetoriais acontecerem para melhorar o diagnóstico, como na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e comentou sobre a espirometria em seis pontos focais na cidade de São Paulo, com atendimentos que aumentaram em larga escala com a pandemia de Covid-19.


Por fim, a Dra. Angela Honda mencionou que é preciso ter conhecimento no que faz, seja pela pessoa, seja pelo profissional de saúde, a fim de que nenhum processo seja perdido. Para ela, assim como na atenção à hipertensão e ao diabetes anos atrás, o itinerário com a asma precisa ser conduzido de maneira adequada no acompanhamento médico. Ainda, ela reforça a necessidade da equipe multiprofissional nas condições respiratórias, com destaque para nutricionistas e fisioterapeutas, principalmente pela grande perda muscular nesse processo. Em Minas Gerais, por exemplo, o Hospital das Clínicas ofereceu tele-espirometria para mais de 100 municípios em 2022, um ponto positivo nesse quesito.


Em resumo, a asma é e precisa ser tratada como uma condição crônica não transmissível e que na maioria dos casos pode ser acompanhada e gerenciada com tecnologias disponíveis na APS. Tantos os profissionais de saúde, quanto as pessoas com essa condição, devem ser engajadas a aprenderem cada vez mais e fazer parte do processo, portanto, envolver todos os atores para que a saúde de qualidade, a partir da intersetorialidade, seja promovida.


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