A estratégia de promoção do diagnóstico precoce do câncer infantil Unidos Pela Cura (UPC) registrou, entre 2008 e 2020, 2.146 encaminhamentos de casos com suspeita de câncer em crianças e adolescentes, realizados por 230 unidades da Atenção Primária à Saúde (APS) do Rio de Janeiro.
Entre os casos encaminhados pelo fluxo do UPC, 91% tiveram a consulta agendada nos hospitais especializados em até 3 dias úteis e 8% dos casos tiveram o diagnóstico de câncer confirmado.
O resultado é um dos destaques da 18ª edição do Boletim Unidos Pela Cura, informativo sobre a metodologia desenvolvida pelo Instituto Desiderata em parceria com gestores públicos das secretarias municipal e estadual, hospitais especializados e outras instituições da sociedade civil.
A estratégia busca o aprimoramento do diagnóstico precoce do câncer infantil a partir de três eixos: a organização de um fluxo de encaminhamento para os centros de referência, a criação de um sistema de monitoramento de casos e a capacitação de profissionais da saúde para identificação dos sintomas.
Os dados do boletim apontam um aumento anual do número de encaminhamentos de casos suspeitos. Entre 2008 e 2020, 1.551 usuários de 0 a 19 anos iniciaram a investigação nos Hospitais Polo e a maioria, 81%, teve a avaliação clínica concluída. O câncer é a primeira causa de morte entre crianças e adolescentes no Brasil e o diagnóstico precoce é a principal forma de aumentar as chances de cura e melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes.
Os resultados reafirmam a importância da continuidade e consolidação da política pública, mesmo com a alternância de gestões do poder público.
“Após 17 anos de atuação, os resultados nos mostram que, se assumirmos um compromisso conjunto entre gestores públicos, profissionais e sociedade civil e atuarmos fortalecendo uma rede de atenção à saúde integrada e comprometida com o cuidado, conseguimos aumentar os índices de diagnóstico precoce. É fundamental que a experiência do Rio de Janeiro sirva de referência para que outras regiões possam também consolidar sua própria rede, garantindo que todas as crianças e adolescentes brasileiros possam ter as mesmas chances de cura”, analisa Carolina Motta, gestora de projetos na área de Oncologia do Instituto Desiderata.
Capacitação de profissionais da saúde é fundamental para atingir bons resultados
A Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada preferencial do SUS e a capacitação de profissionais de saúde pelo eixo da educação do Unidos Pela Cura também foi fundamental para a expansão do diagnóstico precoce do câncer infantil.
De 2008 a 2020, foram 4378 profissionais da Atenção Primária à Saúde qualificados para suspeita e identificação dos sinais e sintomas do câncer infantil nos modelos presencial e EAD. Como resultado, 97% das unidades da Atenção Primária encaminharam casos suspeitos no período.
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