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Saúde Mental ganhou destaque durante a pandemia, mas ainda é frágil e continuará piorando

No dia 22 de setembro o FórumDCNTs reuniu alguns dos principais especialistas no tema para apresentar dados atualizados e debater sobre planos e necessidades mais urgentes de ajuste nos sistemas público e suplementar para os cuidados com a Saúde Mental. Não por acaso, o webinar foi planejado para setembro, mês já consagrado como “Setembro Amarelo, mês de Prevenção do Suicídio”. Moderado pela Sr. Patrícia de Luca, o evento contou com participação da coordenadora da área no Ministério da Saúde, Dra. Maria Dilma Alves Teodoro, com a consultora nacional do tema na OPAS, Dra. Catarina Dahl, o diretor da entidade CVV, Sr. Antonio Carlos Braga, e o médico psiquiatra da Santa Casa de São Paulo, Dr. Fernando Duarte. Na abertura, falou também o diretor de relações governamentais da empresa parceira no evento, Abbott, Sr. José Otávio Corrêa.

Todos estavam muito curiosos para saber sobre evidências do impacto da pandemia de COVID-19 sobre a saúde mental da população. Em relação a isso, o Sr. Braga abriu a noite apresentando uma linha temporal com número de ligações recebidas pelo CVV, na qual ficou claro que não houve alteração em termos numéricos. Nesse mesmo momento, enfatizou que seria muito precoce falar em número de suicídios nesse período, visto que esse tipo de apuração leva tempo para ser feito pelo Ministério da Saúde. Alertou, contudo, que as pessoas que já tinham alguma fragilidade foram ainda mais atingidas pelos desafios do distanciamento social.


A Dra. Dahl trouxe informações globais, de que 75% das pessoas não têm acesso a tratamento adequado de Saúde Mental. Enfatizou, ainda, a conexão entre disfunções mentais e doenças crônicas, sabendo que uma aumenta o risco e a gravidade da outra, e a necessidade de integralidade e integração dos cuidados. Revelou, também, que, segundo a OPAS, 30-50% das pessoas durante a pandemia podem estar em sofrimento com impacto psicossocial. Apresentou materiais e recomendações da OPAS/OMS, muitos dos quais disponíveis aqui no site.


Dr. Duarte destacou o risco aumentado do desenvolvimento de quadros de depressão e ansiedade, ainda mais durante a pandemia, em pessoas com diabetes e doenças cardiovasculares. Chamou a atenção para o fato de muitas vezes os médicos de outras áreas não perguntarem sobre saúde mental, deixando os quadros dessa área subdiagnosticados e com maior risco de agravamento. Ao mesmo tempo, não há psiquiatras suficientes e os demais trabalhadores da saúde precisam estar capacitados.


Em relação ao Ministério da Saúde, a coordenadora de Saúde Mental, Dra. Maria Dilma Alves Teodoro enfatizou a importância de os profissionais de saúde também terem acesso aos cuidados, até para que estejam saudáveis e possam dar assistência a quem precisa. Com isso, apresentou o importante papel que tem exercido o projeto Telepsi, disponível tanto através de telefone como site, que já atendou mais de 1.300 profissionais de saúde ou educação, 58% com sintomas graves de ansiedade. Quando perguntada se esse serviço irá continuar após a pandemia, Dra. Teodoro revelou que não, que o projeto foi pensado especificamente para o período de pandemia, que “telemedicina é emergencial”. Ao mesmo tempo, mostrou com clareza os investimentos do Ministério da Saúde para a ampliação dos serviços de cuidados com a Saúde Mental no país.


Ao final, o debate foi bastante amplo, esclarecendo dúvidas e respondendo a comentários da audiência. O papel da Atenção Primária foi destacado pela Dra. Teodoro, dizendo que o Ministério já tem oferecido cursos para capacitar esses trabalhadores em Saúde Mental. Dra. Dahl concordou que a direção deva ser essa, mas que ainda há muito a avançar. Ao mesmo tempo, o Sr. Braga frisou o papel dos hospitais dia, que deveriam ser muito ampliados, dizendo que internação não é a melhor solução. Quanto à Saúde Suplementar, Dr. Duarte enfatizou que atualmente é obrigatório a todos os planos de saúde oferecer atendimento psicológico e psiquiátrico.


Sr. Antonio Carlos Braga contribuiu alertando sobre a evolução da sociedade em falar sobre Saúde Mental e suicídio, mas que ainda há necessidade de reconhecermos estados mentais, podermos falar abertamente e pedir ajuda. Dra. Carolina Dahl concluiu dizendo que a pandemia fez que nossa consciência sobre Saúde Mental se ampliasse, mas Dr. Fernando Duarte alertou que, devido a esse longo tempo de pandemia, ainda será observada piora nos indicadores de Saúde Mental nos próximos meses.


Conheça a agenda e tenha acessa à gravação do webinar em: www.ForumDCNTs.org/post/Webinar-Saude-Mental

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