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Cobertura 9º Encontro do FórumDCNTs

Na última sexta-feira (22) dezenas de pessoas da área da saúde se reuniram virtualmente para debater e acompanhar o 9º Encontro FórumDCNTs - "Organizar e avançar em prevenção e Cuidados de Qualidades para DCNTs nunca foi tão urgente".


O diretor do FórumDCNTs Mark Barone, PhD, fez a abertura do evento. Eduardo Rainer, membro da comissão consultiva e diretor de Saúde Populacional na Novartis, destacou a importância de fazer parcerias e promover a prevenção em saúde com auxílio de soluções digitais.


Gisele Bortolini, coordenadora geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, afirmou que o grande desafio é intensificar as ações de acesso e a qualidade ofertados nos SUS das pessoas com doenças crônicas. Ela destacou ainda a obesidade como uma doença e alimentação inadequada, como fator importante. "Para que a promoção da saúde aconteça é possível fazer parcerias. Pensar em soluções que extrapolem o setor saúde mas que afeta diretamente ele, que é a alimentação saudável e a prática de atividade física".

Em sua fala inicial, Jose Cristiano Soster, diretor da Atenção Básica da SESAB - Secretaria de Saude do Estado da Bahia, destacou que há muito que aprender sobre a pandemia. Segundo ele, há uma diminuição da natalidade em muitos países concomitantemente com a alta mortalidade. “Existe uma necessidade de equilíbrio e ele só é possível com alianças entre o setor público e privado. Um investimento muito importante é a atenção primárias”. Para Soster, é preciso deixar de lado polarizações falsas que impedem que consiga avançar no equilíbrio que é o acesso à saúde.

A dra. Fatima Marinho de Souza, Vital Strategies, lembrou que muitas das pessoas que sobreviveram à Covid-19 estão sofrendo com a Covid longa que faz com que as pessoas tenham que conviver com outras doenças crônicas. “Esse aumento de carga de doenças exige uma ação da política de saúde”.

Simone Warmbrand Tcherniakovsky Tcherniakovsky, da Novo Nordisk, destacou a importância do Fórum para a construção de parcerias no combate a DCNTs.

Após a abertura, Patrícia de Luca apresentou os projetos que concorreram à premiação do Concurso de Melhores Projetos para Enfrentamento às DCNTs 2021.

O vencedor foi o Projeto KiDS, que promove a educação em diabetes nas escolas com linguagem lúdica nas escolas com o objetivo de reduzir o bullying, incentivar hábitos saudáveis e o reconhecimento precoce de sintomas de hipo e hiperglicemia, apresentado por Denise Mourão.


O aplicativo APPonco, da Associação Peter Pan ficou em segundo lugar. Durante a apresentação, a Dra. Sandra Emília Almeida Prazeres, mostrou o aplicativo, que tem como objetivo promover acesso rápido e seguro à informação sobre câncer infanto-juvenil para profissionais de saúde, pacientes, familiares, cuidadores e público em geral.

Ainda na parte da manhã, Johannes Boch, da Novartis Foundation, moderou a mesa que teve a participação de Renato Oliveira e Souza, chefe do departamento de saúde mental e uso de substância da Pan American Health Organization (PAHO / OMS), Cristina Parsons Perez, diretora de desenvolvimento de capacidade na NCD Alliance, e Alcir Santos Neto, research assistant na Georgetown University.

Os convidados trataram dos desafios globais e nacionais da saúde mental, do combate à DCNTs, sobretudo no contexto pandêmico, e dos fatores para melhorar a resolutividade da APS.

Em sua fala, Renato Oliveira e Souza destacou os serviços oferecidos pelos CAPs (Centro de Atenção Psicossocial) no Brasil, um modelo de descentralização de serviços de saúde mental que tem contribuído para aumentar o acesso a tratamento de doenças e transtornos mentais. Ele também destacou ainda o enorme potencial dos agentes públicos de saúde, que atuam na saúde da família dentro da comunidade. Esse profissional, diz o representante da OMS, poderia ser treinado para fazer diagnósticos precoces e encaminhados de maneira correta para o sistema de saúde mental, aumentando assim o acesso das pessoas.

Cristina Parsons-Perez, por sua vez, que destacou que a pandemia nos fez ver os riscos que os governos tomam quando ignoramos a saúde da população. Segundo ela, quase metade dos países relataram interrupções em um ou mais serviços das doenças não transmissíveis durante a pandemia.

Alcir Santos Neto, terceiro e último a falar no painel, destacou a importância do uso da tecnologia e big data para a Atenção Primária da Saúde (APS). A partir do investimento nessas áreas, diz ele, é possível ampliar o acesso à saúde e dar escalabilidade a modelos que funcionem em determinados locais, dando escalabilidade a projetos de êxito.

Ao final da manhã os convidados e inscritos do 9º Encontro FórumDCNTs se dividiram em oito grupos temáticos de debate: Alimentação Saudável, Doenças Cardiovasculares, Diabetes, Doenças Respiratórias, Obesidade, Oncologia, Prevenção de DCNTs e Saúde Mental e Neurológica.

Após a pausa para o almoço, o evento reiniciou com o relato dos grupos temáticos (GTs). Mônica Andreis, da ACT Promoção da Saúde, moderou o debate.


O representante do GT de Diabetes, Bruno Helman, destacou a importância da educação do diabetes, da saúde mental e de temas pouco abordados, como os distúrbios alimentares relacionados ao diabetes. Já Sandra Marques, que representou o GT de Doenças Respiratórias, falou da importância da criação de linhas de cuidados e do Programa Nacional de Controle do Tabagismo.

Alessandro Chagas, do Conasems - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, abordou a necessidade de envolver aqueles que têm as doenças na produção de políticas públicas. Dr. Gonzalo Vecina, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, lembrou que o grande sucesso da política pública da AIDS se deu justamente porque houve um grande movimento da sociedade civil para a construção de um plano efetivo de combate à doença.


O GT Cardiovascular, representado por Patrícia de Lucas, destacou o trabalho de prevenção do programa Saúde da Família. Diogo Alves, da Pan American Health Organization / OMS, do GT Prevenção de DCNTs, ressaltou a importância de capacitar a atenção primária para a prevenção e acompanhamento das doenças e os pacotes da OPAS.

Alessandro Chagas, da Conasems, destacou a barreira de treinamento e os vínculos de trabalho precários dos profissionais e agentes de saúde, o que gera uma rotatividade demasiada e afeta programas de saúde.

Marília Sobral Albiero, do GT de Alimentação Saudável, ressaltou que houve agravamento de obesidade, desnutrição e fome durante a pandemia. Segundo ela, ainda que o Brasil seja o maior exportador do mundo de alimentos, há aumento da fome no país. Ela destacou que não há incentivos fiscais no país à produção de alimentação saudável.

Do GT Obesidade, Guilherme Nafalski, do Instituto Cordial, destacou a desinformação sobre os mecanismos que levam à obesidade junto à sociedade, gerando estigma e ausência de acesso aos tratamentos, entre outros problemas.

Gisele Bortolini, do CGAN - Ministério da Saúde, reforçou que tanto a alimentação como a obesidade são assuntos estratégicos. O apoio dos municípios para a promoção da saúde e prevenção é fundamental e deve começar na infância e juventude. Nayara Pedersoli Landim, do GT de Oncologia, lembrou a importância da desoneração do PIS/Confins para medicamentos, uma vez que afeta o preço para governos e pessoas com a condição.

Ao final desse debate, Patrícia Oliveira, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, fez uma breve apresentação sobre o Plano Nacional de Enfrentamento das DCNTs 2021-2030. Ela explicou as quatro dimensões contempladas nas ações: 1) educação permanente em saúde; 2) implantação e fortalecimento dos serviços de saúde; 3) construção de parcerias multissetoriais; e 4) desenvolvimento de capacidade e habilidade para a geração e uso de informação.

Logo em seguida, Izabella Barbosa de Brito, da Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde, falou sobre a implementação da iniciativa HEARTS no Brasil. Segundo ela, o Brasil está na primeira etapa - planejamento e estruturação -, definindo critérios de elegibilidade e locais de implementação. Após esta etapa, passará para a elaboração de materiais, cursos para profissionais, incentivo de custeio e definição dos indicadores de monitoramento.

Ao final do evento, Prof. Dr. Antonio Ribeiro (HC-Universidade Federal de Minas Gerais), Deputada Federal Carmen Zanotto, Leandre Dal Ponte (deputada federal), Paula Johns (ACT Promoção da Saúde) e Samantha França (Dasa) participaram do painel “Como fortaleceremos a Atenção Primária para a retomada pós-COVID do enfrentamento às ainda mais prevalentes DCNTs no Brasil?”, mediado por Dr. Ronaldo Pineda Wieselberg, MD, da ADJ Diabetes Brasil.

A deputada Carmen Zanotto lembrou da demanda reprimida da pandemia da Covid-19 e como ela afeta e afetará os municípios. Ela, junto com outros parlamentares estão debatendo o orçamento de 2022 na Subcomissão de Saúde da Câmara dos Deputados, de modo a encontrar caminhos para o atendimento da população, prevendo o aumento da procura e os gastos inflacionados de insumos e equipamentos.

Dr. Ribeiro, citou que exames como o eletrocardiograma chegaram a cair 90% em determinados períodos. Segundo ele, o agravamento das doenças crônicas pode ser mitigado a partir de algumas estratégias que utilizam a tecnologia, como a telesaúde.

Já a deputada federal Leandre Dal Ponte ressaltou que a Covid-19 ainda deixa muitas dúvidas sobre como afetará as pessoas a médio e longo prazo, e lembrou a necessidade de “não negligenciar a política de primeira infância que é quando se pode prevenir doenças crônicas”.

Por fim, a Dra. Samantha França disse que a pandemia expõe fragilidades do sistema de saúde antigas, destacando a municipalização do SUS e a falta de recursos e a oferta de serviços de saúde que respondam à demanda.


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